FIOS PEROLADOS
E, se a gente for pescar estrelas
auxiliados de anzóis suspensos por fios perolados.
estrelas que são como brilhantes em águas de madrepérola
onde a lua reflete sua beleza rebelde
acariciada pela noite
devorada pelo dia
alcançando os planetas
seduzindo astronautas
embalada pela dança das estrelas cadentes
na quietude de um rio, que invade o mar
E, se a gente for pescar estrelas
auxiliados de anzóis suspensos por fios perolados.
estrelas que são como brilhantes em águas de madrepérola
onde a lua reflete sua beleza rebelde
acariciada pela noite
devorada pelo dia
alcançando os planetas
seduzindo astronautas
embalada pela dança das estrelas cadentes
na quietude de um rio, que invade o mar
ADORMECER NO TEU QUINTAL
- quero estar no teu quintal
voejar, com as roupas do varal
pentear teus cabelos, com o sopro do vento
morder tua orelha
com, a força da tempestade
adormecer na varanda
e, só acordar na primavera
com o som da tua voz
receber as primeiras gotas de chuva
entregar meu tudo
ao, teu jardim
ANTES...
quero sair para caminhar na grama.sentir a umidade da terra nua na sola áspera dos meus pés.você lembra de mim? antes?
eu tinha os olhos azulados, como de Sofia, eu a frescura das margaridas, que repousam no vaso de cristal da mesa de cactos, onde você devora a cada dia uma nova idéias extraídas das listas telefônicas.
como foi que flui de mim esse nosso encontro inesperado.porque eu não fugi? ainda havia tempo, de eu buscar a mim mesma em outro descampado..
MARGARIDAS ENEVOADAS
vem preencher os meus dias cinzentos
com sua afável poesia.
a ser assim: envolver-se o vento
nessa alma rude e, vazia.
estanque meu corpo com seus beijos
decifre as minhas aspirações, com um suave bafejar.
lacrimoso, me aninhe em seus braços a cantarolar.
na madrugada a distensa escuridão:
entediada vou me espalhar em espaços ignorados
apanhar margaridas enevoadas
E, SEU EU MORRER LOGO AO AMANHECER
ei, de esperar por ti
construímos uma casa
cultivamos um jardim
temos uma gaiola, e um papagaio de bico amarelo, que passeia pelos cômodos da casa !
eu me transformei
quando te conheci
me tornei criança
mas, envelheci
meu corpo não acompanha meus sonhos
meus braços alcançam as nuvens
preso a outra vida
desfalecido
o que eu te prometi
são apenas linhas de um verso inacabado
podíamos ter ido mais longe
percorrido o caminho de santiago
ou entre os girassóis na russia
mas, agora que o tempo é escasso
minha respiração é lenta
índia me deixa morrer
em paz
entre os seus cabelos
e quando estiveres triste
e as lagrimas ressequido
sua pele de café
leia no teto do céu
onde agonizo
eu sempre te esperarei
SILÊNCIO
vem compartilhar do meu silêncio
denso,lento vou te devorar.
sentados lado a lado
podemos nos comunicar
na ausência das horas
eu posso te beijar?
e, se eu não estiver em casa:
é porque me escondo no teu olhar.
não há quase nada;
é que tenho tudo ;eu faço nada, para te agradar
eu me esmero no tempo
eu me procuro e, deslizo nas palavras
se eu adivinhar o teu nome
me da um beijo?
eu preciso me encontrar febril,
eu ressuscito no calor do teu corpo.
se você me quiser assim:
eu sou louco, miserável;
vem compartilhar o meu silêncio..
FESTA
dançamos
flutuando entre casais
mãos famintas não nos detêm
a alegria de alguns
fazem chorar outrem
a certeza de muitos
desgraça de alguns miseráveis
garçons rodopiam, pela pista
malabares de substâncias afrodisíacas
não precisamos de ópio
ou, de vinho
a paixão nos move
por isso, estamos vivos
SEM PRESSA
o seu cabelo nego é da cor do sol
a sua pele nego é clara, cinza, pálida.
eu sou seu desejo, sua gueixa posso lhe fazer corar.
-------------------------------------------
eu preciso de você e, você me ama
somos tão puros,
límpidos, como a água
me toca me beija sem pressa
não me deixa respirar
me prende em seus braços
até que eu sinta falta de ar
não há nada,que nos prende,nem sufoca
porque somos tão livres para amar.
o que eu tenho por você o que eu quero é seu néctar e, seus olhos âmbar.
------------------------------------------------
sou doce, fresca e, ardente eu posso lhe incendiar.
se, quero eu lhe busco e, levo:
para qualquer lugar
me toca me beija sem pressa
não me deixa respirar
me prende em seus braços
até que eu sinta falta de ar
sou leve,sou livre,como o vento
você pode ser
tudo em mim
---------------------------------------
a vida profana; a lua nos chama,
à noite nos protege, com seu manto de estrelas
e, enquanto, eu sigo lhe amando prendo-o todo a mim
me toca me beija sem pressa
não me deixa respirar
me prende em seus braços
até que eu sinta falta de ar
O AMOR
o que pode ser mais anárquico que o amor?
se, fazemos qualquer coisa, pelo nosso desejo
e, carregamos as dores do mundo sem sentir dor
sem sentir dor?
admiro a atmosfera cinzenta
e, vejo colorido nas nuvens
e, então adormeço com o ruído do teu corpo
tu te moves, como se dançasse valsa, com o vento
e,eu nunca pensei em ser nada,
nem, nunca nada almejei.
eu te conheci, e ainda não quero nada
em passeios ao sol secando os cabelos na disfarçada manhã
eu ainda fantasio as ruas, portas, e pontes
lembra?
juramos ser eternos etéreos.
o que você tirou de mim, se eu nunca tive nada?
o que restou de nós.
se nunca estivemos sós?
o que faríamos, com toda vida ?
todo o tempo?
só nós dois!
absorvida com as tonalidades do seu corpo
na peregrinação das margaridas róseas, frescas, como beijos
suspiro com o toque nas axilas
tem pupilas plúmbeas
e, agora posso descansar no seu ventre
contornar as nádegas
eu já, tenho você em canção.
vejo o pouso de um corvo
você esconde gestos mórbidos
e, nos encontramos no silêncio
pode correr pelas esquinas
quero seu rosto nas vitrines lácteas
no frio noturno
sussurra um trecho da nossa oração:
*(..)how many times must a man look up
before he can see the sky?(..)
vai partir sem me aninhar nos braços
before he can see the sky?(..)
vai partir sem me aninhar nos braços
seu corpo ainda é meu mundo
por onde andou, quando a primavera coloriu o telhado rubro
porque, procura a sabedoria platonica
engole camões letargo, e se dispersa, com a muda melódica dos braços
engana o tempo todo, para se distrair.
você foi uma canção...
*blowin' in the wind,bob dylan/ (quantas vezes um homem precisa olhar para cima
até que possa ver o céu?)
até que possa ver o céu?)
ETERNIDADE
disseque meu corpo
e, leve-o até o jardim
deixe que o vento me conduza
flutuarei pelo mundo
servirei de comida aos pássaros
alimento aos peixes
serei o que sempre quis:
eterna
TEMPORADA DE CAÇA
leve-me para passear
estou aberta a temporada de caça
enterre meu corpo entre os jazidos da família circense
quero ser comida pelos vermes
embalada pela noite
oculta em partículas de suor
nas suas axilas..
LIVRO DE ESPERA
por quanto tempo eu guardei os meus segredos
eles poderiam ainda ser meus
pode enlaça-los aos cabelos
tatua-los em seu ventre
eles vieram para ficar.
estavam enfeitados em fita dourada
mergulhados no fundo do baú
com minhas emoções
eu me perdi no tempo
devorei os espaços entre os versos de Camões
foram tantos anos só
quero compartilha-los
festeja-los com o fio de alegria unido à linha da vida
olhe para as minhas mãos
elas ainda não têm calos
há descobertas
muitos caminhos escusos
eu pedi para ficar
e, as páginas do meu livro estão abertas
pode acaricia-las , sua alma também se desnudará a cada página
SINAIS
nadando em nuvens
no azul do céu
não vejo seu rosto
não sinto meus pés na
apenas ouço minha respiração
o que há além deste azul?
adormecida sobre as nuvens
deixo, que o momento
me leve para onde possa flutuar
ao, entardecer
ainda encontro sinais
há estrelas depois do nevoeiro
será este o infinito
não vejo seu rosto
não sinto meus pés na
apenas ouço minha respiração
o que há além deste azul?
adormecida sobre as nuvens
deixo, que o momento
me leve para onde possa flutuar
ao, entardecer
ainda encontro sinais
há estrelas depois do nevoeiro
será este o infinito
Comentários
Postar um comentário